sábado, 24 de abril de 2010

Um afastamento...

... Pode ter na sua origem necessidades pessoais ou de distância em relação a alguém, por quaisquer razões.
Quando nos afastamos por motivos pessoais, por necessidade de respirar outros ares, sentir novas sensações, travar vícios ou seja lá por que motivo for, corremos sempre o risco de magoar alguém, inadvertidamente.

Na realidade, temos de analisar bem quando alguém se afasta de nós.

Será que essa pessoa está a atravessar um período na vida muito peculiar e precisa de espaço e ambientes diferentes para poder desenvolver alguma semente em si plantada?

Temos a tendência de pensar que quando alguém se afasta de nós é porque está chateado connosco ou nos está a evitar por algum motivo ou até mesmo porque não gosta de nós. Tenho sentido isso da parte de alguns amigos e conhecidos. É natural... se gostamos da pessoa, sentimos a sua falta e preocupamo-nos com o seu bem-estar. Compreendo também que possam sentir carência de desabafar e conversar e a minha ausência tenha criado uma espécie de silêncio constrangedor, para quem partilhava comigo.

Há momentos em que temos de pensar em nós. Diria que “ser egoísta” é uma expressão muito forte para estas ocasiões. Continuamos a ter os nossos amigos no coração, a desejar-lhes muito bem. Contudo, precisamos de cuidar de nós mesmos. Se não nos amarmos como poderemos amar os outros? Se não estivermos bem, como podemos ajudar os outros?

Há todo um conjunto de situações iminentes --- em torno dos que eu mais amo e fazem parte da minha vida --- que está actualmente a revirar-me as entranhas. Também outras circunstâncias na minha própria vida, que preciso de dominar, equilibrar e renovar. Tudo isso, cria uma “panela de água a ferver”, borbulhando e fumegando energicamente. Procuro uma forma de não me queimar.

Acerca de muitas coisas, tenho questionado Deus e a mim mesma.

Tenho tido ataques de fúria e de angústia, revolta e impotência, perante factos que não posso mudar e tenho tido dificuldade em aceitar.

Tenho visto muitas coisas boas acontecerem na minha vida, sem dúvida. Mas nem tanto na vida daqueles que me são mais importantes e queridos.                                     
                                                                                           Paula Cristina

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