Todo mundo é contra os preconceitos e tabus.
Porém esquecem que eles têm alguma finalidade social, caso contrário já
tinham desaparecido, e aos poucos vão desaparecendo e novos se criando.
Não é por acaso ou invenção de alguém individualmente. Muitas vezes são
absolutamente injustificáveis. Nestes casos são parte do inconsciente
coletivo, uma afronta a um suposto inimigo, guerras religiosas do
passado, orgulho nacional ferido e outros interesses, muitas vezes
econômicos. Ou simplesmente tabus criados por normas religiosas, que
inculcam no superego o desconforto de afrontar normas sociais de
conduta: moral e ética. Mas poucos se perguntam de onde surgiram,
porque surgiram, em que época, que controle social visavam?
Por
exemplo: A proibição que Moisés impôs ao povo judeu de não comer carne
de porco, alegando que era um animal imundo aos olhos de Deus,
possivelmente visava proteger a população de doenças transmitidas pelos
porcos.
O preconceito racial está historicamente ligado à
justificativa de exploração de uma raça sobre a outra. No tempo da
escravidão se discutia a “científica” dúvida se os negros tinham
alma!!!
No Ocidente, cujos superegos foram fortemente ditados pela
Igreja ou pelo Protestantismo, e mesmo no Oriente em virtude de Maomé,
sempre foi um tabu o homossexualismo, afinal a história do castigo de
Sodoma e Gomorra, com o fogo da ira divina destruindo tudo e todos,
está fortemente arraigado em nossa cultura, ainda que não tenhamos
consciência da origem, ou não saibamos explicar nosso próprio
preconceito.
Já na Grécia antiga era tolerado, principalmente entre
filósofos, afina, seus deuses eram muito mais parecidos com os humanos,
inclusive em seus defeitos, sofrendo também de ciúmes, inveja, ira,
embriagues etc.
Mesmo os que criticam o tabu contra os
homossexuais no Exército, no íntimo sabem que nunca será aceito, pois o
Exército, como instituição fortemente ligada aos valores morais e
éticos, assim como uma cultura ascética e machista, como sempre foi na
história do mundo ocidental, teria que mudar radicalmente seus
paradigmas. (Lembrar que em Esparta, de onde saíam os soldados gregos,
o homossexualismo não era tolerado, não condizia com a honra militar,
em oposição á Atenas, intelectual e política