sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Derrotados da eleição - Globo,Veja,Folha de SP e Igrejas

As Organizações Globo agiram como um partido de oposição durante as eleições que levaram Dilma Rousseff à presidência da República.


Preferiam continuar aliados ao candidato das elites, como sempre estiveram durante a ditadura militar e os governos Collor, Itamar e FHC. Mas perdeu, playboy.

O jornal O Globo virou um panfleto diário. Sem nenhum pudor, estampou um ódio incontido ao governo Lula e à sua candidata. Mas foi na bancada do Jornal Nacional que se ergueu o altar do sacrifício petista.

O padrão Globo de qualidade é fácil de entender. Consiste em tratar escândalos conforme a coloração partidária e os interesses da firma.

O caso Erenice Guerra mereceu do JN 35 sangrentos minutos de reportagem só na primeira semana de repercussão. Já a denúncia envolvendo o aloprado tucano Paulo Preto teve uma única reportagem, quase nada.

Em sua entrevista de dez minutos ao vivo no JN, Dilma Rousseff ficou infinitos 4 minutos e 40 segundos respondendo sobre aborto. Mais 3 minutos e 25 segundos falando sobre a onipresente Erenice.

Ao final, teve tempo para responder a mais uma perguntinha. José Serra pode discorrer levemente sobre nove questões. Isso, sim, é tratamento diferenciado.

Com a vitória de Dilma, vai ser constrangedor o olhar de William Bonner e Fátima Bernardes. Cúmplices que são, nem vão tocar no assunto de como espremeram e destrataram a presidente eleita.

E tanta gentileza e profissionalismo com o candidato da família Marinho. Em vão.

São pagos pra isso, têm filhos para sustentar. Ok. Podem levar essa derrota pra casa. E convidar Arnaldo Jabor e Merval Pereira para jantar. Haja estômago. Mas amigos são fundamentais na hora da derrota.É uma publicação que poderia ter a honestidade de se assumir como oráculo do que há de mais reacionário e perverso na direita deste país.


Mas tem essa mania feia de se travestir de revista de informação. Só se for distorcida, tendenciosa. Não fazem reportagens; fazem editoriais. Por isso é que não forma mais opinião; causa tédio. E desprezo.

E há os soldados da Editora Abril. Ou capangas, a ver. Os rancorosos Diogo Mainardi, Lauro Jardim, Reinaldo Azevedo e Augusto Nunes. Escribas a soldo que insinuam termos um presidente alcoólatra, menos interessante que um “vaso sanitário”.

E que chamam distribuição de renda de Esmola-Família. Logo eles, que devem fechar o vidro do carro quando veem um pobre.

Tivesse Dilma Rousseff ligado para um ministro do Supremo Tribunal Federal para solicitar favores, assim como fez José Serra, seria o fim do estado democrático de direito. Mas, para a Folha, não passou de marolinha tucana.

Amaury Ribeiro Jr., repórter que serviu ao O Estado de Minas investigando Serra, pode espernear e uivar em protesto, mas será um espião petista até o fim dos dias. A verdade que vá às favas.

Quando viram a casa caindo, avisados pelas pesquisas que a eleição já estava decidida, a redação da Folha correu e noticiou a fraude na concorrência do Metrô em São Paulo. Afinal, para alguma coisa o DataFolha tem de servir (além de aos próprios interesses).

Não é fácil posar de apartidário, independente e ruralista. Ou algo parecido. Principalmente quando não se é. O fracasso lhes subiu à cabeça.
                                                       O fracasso do 'ecumenismo'

Essa turma toda que saiu derrotada da eleição pode buscar algum refúgio espiritual em Silas Malafaia, o pastor que usou seu programa de TV para, ilegalmente, conclamar seus fiéis a votarem em Serra.

Ou pedir a benção do bispo de Guarulhos, Dom Luiz Gonzaga Bergonzini, que mandou imprimir 2 milhões de cópias do panfleto anti-Dilma “Apelo a todos os brasileiros e brasileiras”. Aquilo, sim, foi apelação!

Na calada da Band, Malafaia bradou argumentos homofóbicos contra Dilma. E julgou Serra "mais preparado". Foi apressado demais e, no dia seguinte, o tucano deu seu apoio à união civil entre homossexuais. Vergonha alheia.


Malafaia apoiou Marina Silva até onde deu. Os dois são integrantes do mesmo grupo evangélico. Só que, passado um tempo, foi seduzido por sua santidade, o Serra. E aí caiu em tentação de vez: se uniu com orgulho aos padres e cardeais católicos contra Dilma. Foi para a campanha de Serra de corpo e alma.

Quando surgiram as boatarias criminosas na internet contra Dilma, Malafaia fez cara de santo. Uma delas espalhava que a candidata do PT havia dito que nem Deus tiraria sua vitória. Depois, a imprensa denunciou uma central para comprar pastores no centro de São Paulo. O pastor entrega os votos do seu rebanho e, em troca, leva um trocado. Malafaia mais uma vez posou de santo. Imaculado Malafaia.

O bispo católico Bergonzini também jogou pesado. A Polícia Federal apreendeu mais de 1 milhão de panfletos ilegais em uma gráfica de tucanos. Era uma encomenda da Diocese de Guarulhos. Crime eleitoral. Isso é exemplo que se dê ao rebanho?

A História está cheia de exemplos macabros de onde isso vai parar. Não por acaso, enquanto Malafaia e Bergonzini excomungavam Dilma, dos olhos deles saiam labaredas de ódio. Lembravam fogueiras.

O fato é que esse discurso da intolerância foi derrotado nas urnas. O país amadureceu, e a liberdade de culto saiu fortalecida. Os falsos profetas se deram mal.

 Bem feito. Foram derrotados por essa gentinha que não assina Veja.



 O Provocador - Marco Antonio Araujo