quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Recado aos dependentes de drogas:

Sabe jovens, eu também já fui como vocês. E assim como um deficiente físico precisa de uma muleta para se locomover, eu também precisava das drogas para me sentir bem. Porém eu não vivia, apenas me arrastava pelo chão da vida enquanto era pisoteada pelos que passavam apressadamente em busca de um futuro promissor, futuro que eu parei de buscar quando entrei no submundo das drogas. Cheguei ao fundo do poço, perdi o apoio dos familiares e de todas as pessoas de bem, busquei ajuda entre os amigos do vício, porém, eles não puderam me ajudar pois se encontravam no mesmo fundo de poço que eu. Mas eis que por um milagre, meus pés tocaram em uma mola que havia nesse fundo de poço e num impulso fez-me saltar para cima acordando-me para a realidade. E hoje aqui estou, escrevendo este recado para vocês, talvez este meu depoimento sirva de mola para algum de vocês, porque foi através de um depoimento assim que me fez saltar para cima deixando todo lodo lá embaixo. Infelizmente no passado eu fiz parte de um grupo de seres inúteis e desprezíveis que causam nojo, desconfiança e medo a todos. Eu achava que era muito “pra frente” em ser muito louca e acabei ficando para trás; parentes e amigos do meu tempo de menina foram bem-sucedidos na vida e eu me vejo praticamente de mãos vazias. Louvo a Deus que me preparou uma pequena e humilde moradia, do contrário ainda estaria ao léu. O que me deixa perplexa é a proposta de alguns políticos na liberação das drogas. O que eles pretendem, matar esses jovens mais depressa? Não seria mais humano criarem recursos para tratá-los e assim recuperá-los devolvendo-lhes a vida, a dignidade e a honra? Jovem, você sabia que todos que compram a droga, alimentam a morte? Pois esse dinheiro que você gasta serve para compra de armas; armas que ceifam inúmeras vidas. Acorda tu que dorme o sono dos mortos vivos, acorde para vida antes que seja tarde demais. Eu achava que os que não se drogavam eram quadrados, hoje descobri que o quadrado tem quatro pontas e não rola pelo mundo como eu rolei... e como rolei, sofri desprezo, fome e frio, não achava quem se apiedasse de mim, mas como achar se eu não tinha a autopiedade? Como é jovem! Vai sair dessa? Ou vai ficar chafurdando a lama como um porco no chiqueiro? Se eu consegui, você também consegue, é só querer.
postado por:GENETE HUNGRIA DE CAMPOS

Nenhum comentário:

Postar um comentário