terça-feira, 10 de maio de 2011

Primeira união estável homossexual no Brasil é registrada em Curitiba Cidades


“Agora somos uma família com todos os direitos”, comemorou Toni Reis, um dos principais ativistas da causa ABGLT do País.
O casal de homossexuais Toni Reis, de 43 anos, e David Harrad, de 53, registrou ontem, no início da tarde, o contrato de união estável no 6º Tabelionato de Curitiba. Pelo novo entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF), a união entre pessoas do mesmo sexo passa a ser reconhecida como entidade familiar. "Agora somos uma família com todos os direitos", disse Reis, presidente da Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT).Segundo Reis, foi a primeira união registrada após a votação da última quinta-feira  no STF. Logo depois, em outro cartório de Curitiba, duas mulheres também assinaram documento idêntico. "Ganhamos essa batalha, mas não a guerra completa, que seria a igualdade de direitos, a discriminação e a não homofobia", afirmou Reis. Ele disse ter entendido a recusa de alguns cartórios em registrar a união, pois alegavam que precisaria aguardar a publicação da decisão do STF. “Eles estavam inseguros, não sabiam como fazer”. O casal chegou ao cartório de braços dados, caminhando pela calçada de uma das ruas mais movimentada de Curitiba, ambos com cravos vermelhos na lapela do paletó e cobertos por um guarda-chuva com as cores do arco-íris. "Estamos muito felizes, embora nervosos e ansiosos", disse Reis, que é professor.
O próximo passo por eles traçado é entregar o documento da união estável na Vara da Infância e Juventude, onde têm pedido de adoção de um casal de crianças desde 2005. "Somos uma família, não a tradicional, mas uma família."
Os dois conheceram-se na Inglaterra, onde nasceu Harrad, que hoje trabalha como tradutor. Após o britânico ter se divorciado da mulher, ambos vieram ao Brasil e vivem juntos há 21 anos.
Após a assinatura do documento, Reis e Harrad foram até a entrada do edifício onde fica o tabelionato para, diante de pedestres, selarem o ato com um beijo. Não houve nenhum protesto de quem passava pela rua e algumas pessoas aproveitaram para tirar fotos. Reis disse que o evento seria comemorado apenas com um chope em um tradicional local em que normalmente se encontram. “A festa ficará para daqui a quatro anos, quando faremos bodas de prata”, afirmou.
Reis também enviou uma carta de agadecimento à ministra da  Secretaria Especial de Direitos Humanos da Presidência, Maria do Rosário, pelo empenho no reconhecimento da união estável entre casais homoafetivos.

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