sábado, 29 de janeiro de 2011

Tony Goes: Afinal, quantos "BBBs" estão no ar?

O contraste entre os dois programas era imenso. Na TV aberta, lágrimas, barraco, palavrões. Na TV paga, uma festa com o fino da MPC (música pseudo-country) brasileira. Claro, um era gravado e o outro era ao vivo. Mas mesmo ciente desse "delay", tive a sensação de estar observando dois universos paralelos.

E isto porque não assisto ao "pay-per-view". O que deve fazer com que eu perca detalhes cruciais: volta e meia nos comentários aí abaixo um leitor mais exaltado reclama, "pô, mas o colunista não vê o PPV?'" Não, não vê, o colunista tem mais o que fazer, mas só quem assina o troço foi brindado com a polução noturna de Daniel. Sua fronha melada não conseguiu emplacar no horário nobre.
Meu primeiro texto neste espaço falava que o "BBB" era um programa "wiki", realizado por múltiplas mãos em muitas plataformas diferentes. Na TV, na internet, nas rodinhas em torno do bebedouro do escritório. Ele também admite uma série de olhares totalmente distintos entre si.
Quem assiste à edição da Globo vê uma coisa, quem acompanha pelo Twitter o que acontece segundo a segundo vê outra, e assim por diante. São narrativas separadas, conflitantes e complementares ao mesmo tempo.
E são todas meio chatas. O programa está morno, para se dizer o mínimo, e a audiência é a mais baixa de todos os tempos. A repercussão ainda é grande, mas o que mais se comenta por aí não é ódio ou paixão por algum candidato. É a frustração com o ponto morto onde caiu o "BBB".
Boninho percebeu, óbvio, e vai trocar dois participantes neste domingo por um casal recém-chegado. Uma parada no box sem tirar o pé do acelerador, para ver se o "Big Brother" pega no tranco. Tomara então que melhore --e talvez até se torne um programa só, pois é justamente essa falta de foco que permite tantas leituras.

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