sábado, 17 de outubro de 2009

Respiração: Plenos pulmões

A respiração é inevitável à vida, já que o oxigénio é necessário à maioria das reacções bioquímicas que mantêm o organismo a funcionar.

Tal como outros processos no nosso organismo, que asseguram a sobrevivência, a respiração e o acto de respirar é fundamental para a vida. O ar entra nos pulmões através da inspiração, a qual acontece a uma média de 16 vezes por minuto.

Cada vez que inspiramos, dá-se a penetração de 0,5 l de ar, que contém cerca de 100 ml de oxigénio. Mas o ar atravessa, primeiro, as fossas nasais, a faringe, a laringe, a traqueia e os brônquios. Só depois atinge os alvéolos pulmonares (perto de 300 milhões em cada pulmão), onde ocorrem as trocas gasosas entre o oxigénio inspirado com o ar e o dióxido de carbono acumulado no sangue. O primeiro substitui o segundo na hemoglobina dos glóbulos vermelhos e a circulação de sangue condu-lo, depois, até às células dos tecidos. É então que o oxigénio intervém em múltiplos processos bioquímicos, os quais são acompanhados pela produção de um desperdício: o dióxido de carbono, que o sangue venoso conduzirá até aos pulmões para ser finalmente exalado através da expiração.

Resultado da engenharia que o corpo do ser humano apresenta, a respiração tem um percurso definido e assegurado pelo organismo, mas alguns factores exteriores ameaçam este processo fundamental para estar vivo.
É o caso da poluição. De facto, os produtos tóxicos que existem na atmosfera são inspirados tal qual o mais puro dos ares, agredindo assim os pulmões, já por si sujeitos a enfermidades, algumas mortais. De facto, a poluição atmosférica pode conduzir à alteração climática. Os poluentes, por seu lado, interagem com a atmosfera através de complexas reacções químicas, de que resultam substâncias capazes de provocarem reacções adversas no homem.
Portugal também tem responsabilidades por cumprir em matéria ambiental, já que, segundo um estudo da Faculdade de Ciências e Tecnologias da Universidade Nova, a indústria e a agricultura registaram, em 2000, um crescimento na ordem dos 38 por cento de emissão de dióxido de carbono (CO2), em relação à década anterior.
Isto mesmo após ter ficado definido, em 1998, que a produção de CO2 em Portugal apenas poderia crescer 40 por cento até 2010. Limites importantes, os quais foram garantidos, em 1997, por 38 países industrializados que se comprometeram a reduzir as emissões de poluentes 5,2%, até 2012, durante a Conferência de Kyoto, a Segunda desde o histórico passo da Conferência do Rio de Janeiro (1992).

E se a consciência empresarial tem levado à redução de emissão de poluentes para a atmosfera - às vezes imposta pela lei - o homem continua a assegurar um vício que é também, para as vias respiratórias, um autêntico veneno: o tabaco.
Isto porque, tanto a laringe como os brônquios, são zonas onde pode existir cancro. Como certos produtos de combustão do tabaco são cancerígenos - o fumo do tabaco contém 4000 produtos químicos, dos quais cerca de 40 são carcinogénios respiratórios - os fumadores estão muito mais sujeitos a morrer com esta doença, sensivelmente o dobro de hipóteses do que os não fumadores.

Já em relação ao cancro do pulmão, os números são assustadores: o tabagismo é responsável por 80 a 90% dos casos. Existe ainda uma relação directa entre o número de cigarros fumados por dia e o risco de se desenvolver cancro do pulmão, cuja incidência também depende da duração do hábito de fumar.
O fumo favorece ainda a bronquite crónica e o enfisema, além de pôr em risco a saúde de quem, não fumando, está sujeito a receber o fumo do fumador. São os fumadores passivos.

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